O LEOM reuniu termos e conceitos fundamentais para a compreensão do Oriente Médio em um glossário acessível. Navegue por definições claras e contextualizadas, essenciais para pesquisadores, jornalistas e estudantes da área.
Acordos de Abraão (2020)
Uma declaração conjunta da normalização das relações entre Israel, Emirados Árabes e Bahrein, mediada pelos Estados Unidos. O acordo assinado em 13 de agosto de 2020, simboliza a primeira normalização das relações entre Israel e um país árabe no século XXI, o último acordo celebrado ocorreu em 1994, com o acordo Israel-Jordânia. O nome foi dedicado ao patriarca comum entre as duas religiões predominantes nesses países; o Judaísmo e o Islamismo; Abraão. Os acordos foram assinados no dia 15 de setembro de 2020, pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o ministro das relações exteriores do Bahrein, Abdullatif bin Rashid Al Zayani, e o ministro das relações exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Abdullah bin Zayed Al Nahyan, na Casa Branca, Washington, EUA. Os acordos foram negociados pelos Estados Unidos, por Jared Kushner e Avi Berkowitz, sendo que, o ex-secretário de estado, Mike Pompeo, credita o sucesso dos acordos à Conferência de Varsóvia, ocorrida em 2019. Tal conferência ocorreu no contexto da instabilidade política gerada pelo programa nuclear iraniano, gerando incertezas nos países da região no que concerne à estabilidade e a paz. A principal consequência dos acordos é um isolamento político do Irã, decorrente de uma postura mais beligerante do país, colocando ex-aliados históricos na mesa de negociação com Israel, a fim de que o Irã seja contido em suas ambições de criar armas de destruição em massa, decorrentes de seu programa nuclear.
Por: Eliel Felipe Júnior
Acordos de Oslo (1993)
Acordos de Skyes-Picot (1916)
No final da Primeira Guerra Mundial, grandes áreas do que hoje conhecemos como Oriente Médio, eram administradas pelo enfraquecido Império Otomano. O governo islâmico turco, que se estendia do Norte da África ao Sudeste da Europa fora estabelecido no fim do século XIII e já mostrava sinais de enfraquecimento quando ingressou no conflito ao lado da Tríplice Entente. Prevendo a iminente desintegração do “homem doente da Europa”, como era conhecido o Império, os britânicos e os franceses se adiantaram na partilha de seus territórios no Oriente Médio. Assim, em 16 de maio de 1916, negociações secretas entre a delegação britânica liderada pelo diplomata Sir Mark Sykes e sua homônima, chefiada pelo diplomata François Georges-Picot, dividiram formalmente as terras árabes orientais em zonas de influência de seus respectivos países. Desse modo, coube à França a administração do que hoje conhecemos como Líbano e Síria. A Grã-Bretanha, por sua vez, ficou com o controle de partes do Egito, Iraque, Jordânia e Palestina. O Acordo de Sykes-Picot, como passou a ser conhecido, influenciou de modo direto na formação dos Estados nacionais hoje existentes nessa região do mundo, inclusive algumas disputas territoriais que ainda permanecem.
Baha’is (religião)
Convenção Sobre Armas Químicas ou CWC (Chemical Weapons Convention)
A Convenção Sobre Armas Químicas ou CWC, oficialmente, “Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenagem e Uso de Armas Químicas e sua Destruição” é um tratado de controle de armas organizado pela Organização pela Proibição de Armas Químicas, assinado em 13 de janeiro de 1993. Tal tratado foi assinado por 165 países e tornou-se efetivo em 29 de abril de 1997. Como o próprio nome extenso diz, o tratado proíbe a produção de armas químicas, e cria três classes de substâncias controladas, como químicos que podem ser usados como armas ou como matéria-prima para a produção de armas. Na primeira categoria estão as substâncias que são usadas primariamente para uso bélico, como gás mostarda e agentes nervosos. Na segunda categoria estão substâncias que têm pequeno uso como arma, como o Tiodietanol que pode ser usado como solvente para tintas de canetas esferográficas. E na terceira categoria estão substâncias que têm largo uso como substâncias comuns, como o Fosgênio, que é usado na fabricação de agrotóxicos e corantes.
Por: Eliel Felipe Júnior
Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico
O Conselho foi criado em 1981 na esteira dos acontecimentos dos choques de petróleo, Revolução iraniana, e eclosão da Guerra Irã-Iraque. Composta por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein, Omã e Kuwait, tida como uma aliança política e econômica, tem como objetivo mediar ações conjuntas em várias áreas como economia, segurança e defesa.
Por: Thallys Barreto
Curdos
Depois de árabes, persas e turcos, os curdos são o quarto maior povo do Oriente Médio e o maior grupo apátrida do mundo. Aproximadamente 36 milhões de pessoas estão sobre uma extensão de 450.000 quilômetros entre Síria, Turquia, Irã e Iraque, por sua posição geográfica a questão curda interfere em uma parte do Oriente Médio. A maior parte encontra-se na Turquia, e o Curdistão vem da palavra suméria (antiga civilização da região do sul da Mesopotâmia) em que kur significa montanha, com o sufixo -ti trazendo uma ideia de povo da montanha.
Por: Ana Beatriz Muniz
—
Estado Islâmico (ISIS)
O Estado Islâmico teve vários nomes ao longo do tempo, sendo os mais conhecidos: ISI, ISIS, ISIL, SIC e DAESH. É uma organização terrorista com ideiais fundamentalistas que teve seu auge nos primeiros anos da guerra civil da Síria, mas que encontra-se em um momento delicado de sua história na ordem internacional com perdas constantes de território. ISIS significa em inglês Islamic State of Irak (Estado Islâmico do Iraque), na época era um sub grupo da Al-Qaeda. Entretanto, mais tarde com a morte do seu líder, Abu Musab al Zarqawi, em 2006, ergue-se com identidade própria. Em 2013, a organização invadiu a Síria introduzindo controle em uma grande parte do seu território, e, para fixar suas conquistas, lançou uma ofensiva em Mosul (grande metrópole) e Tikrit (cidade rica de cultura antiga) em junho de 2014. Em 2015, os Estados Unidos efetuaram mais de 8.000 ataques aéreos no Iraque e na Síria. O ISIS sofreu perdas significativas na extensa fronteira da Síria com a Turquia e, no final de 2015, as forças iraquianas fizeram avanços para recuperar Ramadi (cidade iraquiana). Atualmente, avalia-se que o Estado Islâmico tenha perdido cerca de 14% do espaço que controlava ao final de 2015, e a Síria esteja retomando o poder aos poucos. Além disso, há a atuação estrangeira na luta contra a organização, como a aliança liderada pelos EUA, que, desde 2014, praticou mais de 11 mil ataques aéreos contra o grupo no Iraque e mais de 9 mil ataques aéreos na Síria. O desgaste do Estado Islâmico também afetou as suas formas de financiamento. Acredita-se que o grupo tenha sofrido uma grande perda financeira em relação a 2014 e 2015. Apesar da fragilização, acredita-se que o orçamento do grupo ainda está acima de dois bilhões de dólares, adquiridos, principalmente, a partir do comércio de petróleo negociado de forma ilegal.
Por: Diane Wegbrayt
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Conteúdo da aba
Centro de pesquisa dedicado à análise interdisciplinar das sociedades, culturas, políticas e histórias do Oriente Médio. Promovemos estudos críticos, eventos acadêmicos e produção de conhecimento acessível e qualificado.
laboratorio.leom@gmail.com
©️ 2025 LEOM – Uma iniciativa da StandWithUs Brasil. Todos os direitos reservados.